segunda-feira, 13 de julho de 2015

- domingo, 12 de julho, 2015 - tempo duvidoso -


contemplar paisagens, nuances de cores estampadas nas nuvens, passarinho cruzando o céu, pipas flutuantes ao longe.

"Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome"


observar, de dentro do ônibus, a senhora sentada sozinha no ponto de ônibus do outro lado da avenida, segurando firme seu guarda-chuva, de cabeça baixa, talvez olhando seus sapatos, talvez pensando na janta.
observar que observo um senhor observando a senhora no ponto de ônibus, e que provavelmente alguém estava me observando.

"Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus"

pela rua quase deserta, três meninos de rua assistem o futebol do lado de fora do posto, sentados no meio fio. logo adiante uma mulher dorme no chão, mais dois passos e os meninos já crescidos estão sentados noutro meio fio, vendo a vida passar, vendo a vida amargar.

"E vendo doer a fome nos meninos que têm fome"

apesar de poucos carros, eles ainda correm. quando é dia de semana correm mais, correm não sei pra quê, correm não sei pra onde, correm tanto que as vezes morrem.

"E os automóveis correm para quê?"

arrisco ser eu mesma, sem ensaios, sem firulas, sem máscaras, sem armaduras, sem pretensão de agradar ninguém, sem intuito de atrair visibilidade. do avesso, com o coração exposto pra fora, pra quem quiser ver.

"Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro"

0 comentários:

Postar um comentário