quarta-feira, 30 de março de 2016

valsa em saturno

eu chamo isso de hiatos.
sabe aqueles momentos que o universo reserva pra gente ser bem feliz? então, creio que seja uma forma de compensação pelos desesperos que passamos durante a vida. uns momentos ali, outro acolá, pra fluir e sentir.
é engraçado. a gente passa o tempo esperando as portas se abrirem, mas esquecemos que existem várias janelas por aí. e devo dizer que, com muita calma, é possível encontrar uma dessas janelas e saltar por ela. deixar cair. sabe alice no buraco? então. observando as maravilhas do caimento. estado contemplativo profundo. ondas alfa. aroma de flor.
é claro que, entre um hiato e outro, há aquela montanha russa chamada ansiedade, na qual o looping chega antes mesmo da subida.
curioso, né?
são várias pequenas imensas tempestades.
raio.
luz.
trovão.
virar a esquina, descer, subir, correr, voltar, andar, deitar, sonhar.
é uma sucessão de fatos e ações que levam a dona alice até as questões de suas respostas.
inefável!
era essa a palavra que não me deixa dizer as outras palavras.
essa palavra que diz tudo sem dizer nada.
essa canção silenciosa na passagem do vento.
é isso aí.

domingo, 27 de março de 2016

outono primaveril

estou sentindo em alguns dias as emoções mais diversas e controversas.
no verso da minha página da vida encontro anotações do nosso passado não comemorado. temos tanto por ir e vir que a contenção torna-se impossível. a escrita livre brota do peito feito flor em tempos de outono primaveril. a tinta da caneta é a flechada na pineal. seus detalhes ocupam meus pulmões, que ao respirarem preenchem meu interior com sua essência cantarolada em lua maior.
teus braços ainda envoltos em minha mais plena existência, fazem saltitar as memórias do seu coração batendo dentro do meu. taquicardia. falta de ar. faria tudo de novo.
histórias entrecruzadas sob um viés cinematográfico através do tempo.
tanto bem se quis que agora o bem nos quer. margaridinhas caem do chão pro céu, elevando o nível do amar.
maré alta interplanetária. brisa fresca de auroras boreais.
te manterei aquecida dentro do paraíso onírico, onde as surrealidades são passíveis de acontecer.