quarta-feira, 8 de abril de 2015

em tarde ser

fim de tarde I

vivo eu, suponho
entre o meio e o fim
a caminho do começo
na corda banda da vida tênue
entre flores e invernos
pausas e reticências
me elaboro
mas não me concluo

fim de tarde II

o sol na tangente
venta o sentimento
aquilo que eu digo
nunca é o que se escuta
se hoje sou céu nublado
amanhecerei fogo fátuo

(https://www.youtube.com/watch?v=yveWjPz0O18)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Trecho atemporal

Você me afeta com uma seta direta em linha reta. Te olho de relance, deliro um romance furta-cor. (Quando você abre os braços, minha aura viaja e te abraça.)

Teu jeito de se mover pelo espaço é definitivamente uma poesia em forma de dança. Teu olhar me fita, em silêncio meu peito grita.

Fico ao léu tentando uma telepatia momentânea.
Ora, abra seu coração, irei cultivar um jardim de flores azuis regadas com amor, acalmarei suas dores suavemente, tal qual a brisa leve de outono que brinca nos fios dos teus cabelos.

Fala. Fala sempre. Tua voz é melodia enriquecida com palavras etéreas, que nem mesmo o céus poderiam explicar.
(Digamos que meu coração canta uma ópera quando sua atenção se desvia para a minha tímida presença.)

Intensos e subjetivos são os momentos nos quais tua energia cintilante entra em sintonia com a minha vida enluarada. (E sem pedir permissão alguma.)
Isso me afeta.
Então me deixa te afetar.