terça-feira, 23 de novembro de 2010

A tua palavra.


Jamais menospreze o poder das palavras. O que você diz pode fazer com que alguém acredite, e fazer com que alguém acredite é uma enorme responsabilidade da qual não se tem liberdade. Palavras podem fazer com que você se sinta uma heroína ou um fracassado, depende do que quer causar.Acredito que as pessoas deveriam pensar bem mais antes de proferir alguma palavra, porque uma vez dita não pode ser apagada, não há como voltar atrás. Quando alguém diz alguma palavra à outra pessoa, automaticamente faz com que essa pessoa acredite na palavra dita, e essa tal, a palavra, é mais que promessa, é algo que se faz e pronto. Sem meio. Começo e fim.Contudo, todos falhamos com as palavras que proferimos, não damos o valor merecido a elas, a dignidade que merecem. Brincamos com elas como se fossem um nada que desaparece no universo ao ser proferido. Mentira! Elas estão lá, aqui, aí. E acredite, vão te atormentar mais cedo ou mais tarde.

Por isso é preferível ficar calada as vezes. Um voto pelo silencio para quando as palavras a serem ditas serão desonradas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O gostar



De todas as pessoas que eu gosto, famosas ou não, tem um certo diferencial que não sei bem como explicar. Na maioria das vezes é o olhar, como se houvesse algo lá dentro que eu sempre conheci, um mundo, um segredo, uma vida que já vivi. Junto ao olhar, a maneira de se expressar, de ver o mundo, a sintonia que existe, é tudo muito mágico para se explicar em palavras, não é algo que possa ser escrito ou falado, é algo para ser apenas sentido. É em vão que eu tente explicar que o amor que sinto por uma pessoa que está perto é igual ao que sinto por uma pessoa que está longe. Mas como eu bem disse, a palavra é amor. Por uma pessoa que está perto existe uma coisa diferente, uma certa cumplicidade e convivência que demoraríamos a ter com quem está longe, mas a sintonia é uma coisa que é imediata, é como diz Clarice Lispector: “Ou toca ou não toca.” E é bem assim mesmo. Penso que a sintonia já existe, assim que você olha nos olhos da pessoa, seja pessoalmente, em fotos, em sonhos ou em visões, sente algo diferente, algo que não tem como tentar nomear, é tão especial, tão mágico.
E pensando em outro assunto, as pessoas sempre esperam por algo em troca do que fazem, sempre querem uma recompensa, fazer algo sem esperar nada é um sentimento que não cabe a quase ninguém. Eu, é claro, também costumo esperar, é humano isso, mas há situações em que a gente é obrigado a aprender que não é assim que as coisas funcionam, não é esperando que o telefone toque que ele vai tocar, não é esperando que alguém te ame que vai te amar. Não há nada a ser esperado, não é mesmo Caio F?
Eu quero apenas gostar dessas pessoas. Gostar delas sem esperar nada. Imaginar sim, porque se privar da imaginação é algo que considero impossível e cruel em excesso. Mas aquela imaginação saudável, que te dá alegria, que te faz sorrir.
E aproveitando pra falar sobre porque existem fãs em cima de uma pessoa eu digo que: Bem, toda pessoa tem algo que outras pessoas se identifiquem, e se qualquer pessoa é lançada na mídia para que milhões de outras pessoas vejam, é natural que essas milhões de pessoas vejam algo em comum com elas nessa outra pessoa, e vendo algo em comum é natural que passem a gostar dessa pessoa, a tê-la como exemplo. Aconteceria com qualquer um de nós se ficássemos famosos, portanto não pensem que são menos que alguém que tem fama e que aquele ser que idolatram é maior que tudo, é um ser humano como todos.
Alguém entendeu meu raciocínio um pouco perdido?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Confiança e carinho.

Pra mim esses dois sentimentos andam juntos e não existe um sem o outro. Se eu gosto de alguém, junto com o sentimento de gostar vem a confiança, e quando mais gosto, mais confio. Não sei o que é gostar de alguém e não confiar nessa pessoa ou confiar sem gostar. Por exemplo, uma coisa que eu não consigo entender, é como as pessoas conseguem ir ao psicólogo e contar tudo, sem nem gostar um pouquinho da pessoa. Acho um tanto assustador, porque eu só conto as coisas pra quem eu gosto. Detesto psicólogos. Eu disse psicólogos e não as pessoas que são psicólogos, entenda. Pra mim é muito melhor desabafar com um amigo, seja pessoal ou virtual, do que sentar numa cadeira e contar tudo da minha vida pra um estranho que está ali não pra me amparar, mas porque eu sou o serviço dele e nada mais. Quando eu procuro ajuda, eu procuro pessoas com sentimentos, que podem compartilhar experiências de suas vidas, que possam me abraçar, que possam falar bobagens comigo e não um ser que tá ali só pra ganhar o maldito dinheiro. É humilhante pensar: “Tô pagando pra me ouvirem.” Isso deixa a pessoa se sentindo um lixo pior ainda. Bem, é o que eu sinto. Não que eu tenha ido a muitos psicólogos. Foram duas. A primeira eu fui praticamente obrigada a ir, foi horrível, eu não conseguia falar, eu detesto falar. Depois dessa experiência nunca mais quis ouvir falar de ir em psicólogos. Mas, dois anos depois, anteontem, fui marcar um horário com uma nova psiquiatra pra ver se valia a pena trocar, e tive que passar por uma psicóloga primeiro. IMAGINE O MEU PÂNICO! Tive que falar. Minha vontade era sair correndo daquela salinha, mas como muitos sabem, sou uma idiota medrosa. Falei, menti mesmo sabendo que ela saberia que era mentira. Isso de psicólogos não funciona comigo, eu não acredito, e desculpe para os amigos e conhecidos que fazem psicologia, mas eu não acredito nisso.

É tão bom quando você vai conhecendo alguma pessoa, vai gostando, e vai confiando e percebe que isso é recíproco. Acho que o tratamento ideal seria apenas a compreensão e a aceitação de quem você gosta. Calma, não estou dizendo que se você for esquizofrênico é só isso, aí meu filho, já tem que ter ajuda de remédios, como no meu caso, o TOC.

domingo, 6 de junho de 2010

Por favor, desenha-me 2012 carneiros?


Eu acho que serão 2012 mil carneiros.
Eu pensei em fazer igual o One Million Giraffes mas acho que não tenho essa popularidade toda pra exigir um milhão de carneirinhos de vocês. E também estive fazendo as contas e nem com mil carneiros por dia eu conseguiria chegar a um milhão até 2012, ou seja, o fim do mundo hahaha. Então por enquanto serão só esses carneirinhos. E já tem até comunidade: Draw a sheep to @sophieneveu. Então participe você também, é só desenhar o seu carneiro, seja no computador, com algodão ou seja lá o que for desde que seja seu. (Tá, eu prefiro que vocês desenhem com lápis ou outra coisa igual no One Million Giraffes). Fui sincera.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O outro lado.

É tão engraçado como a morte chega. Como ela leva, sem cerimônias.Eu entendo a morte. Ninguém entende essa 'senhora velha' mas eu entendo. Dizem que ela é cruel mas eu acho que não é não. Porque ela leva pra um lugar melhor e eu acho que quem leva os outros pra um lugar melhor é bom, e não cruel. Sei lidar com a morte. Não desespero, não me culpo. Talvez esses dias sem ter tido tempo de ir ver meu vô tenham sido de preparação, pra um desapego mais leve, talvez algo maior estivesse me preparando. Eu lembro ainda da ultima vez que vi ele, eu usava meia-calça vermelha e fiz um sinal de 'beleza' pra ele, como ele sempre fazia pra mim. Minha mãe disse que ele morreu sem sofrimento. Disse que ele foi sentindo uma dorzinha, uma fraquezinha, disse dois 'ai...ai...' e dormiu. Ela disse que ele não tinha expressão de sofrimento no rosto, pelo contrário, ele tinha expressão de ALÍVIO, FELICIDADE, como se tivesse encontrado uma paz muito grande, como se tivesse visto alguém que amasse e que não via a muito tempo. Sentiu aquele alívio de não ter mais dor ou falta de ar e de não precisar mais de cigarros e alcool.

Pois é, eu não freqüento velórios desde muito pequena, porque as imagens se fixam de tal forma na minha cabeça que parecem que foram gravadas a ferro. Não vão embora, não adianta as felicidades que se acumulem por cima, elas não vão embora. É um tormento. Por isso passei a evitar imagens fortes, tristes.

Também acho estranho as pessoas cultuarem um corpo sem vida. Ele nem sequer estava ali pra ouvir aqueles hinos e o pastor falando tudo aquilo, que como minha mãe disse, foi lindo. Ele já não precisava mais daquilo. Mas os humanos tem uns rituais que me assustam até. Então deixei-os com seus rituais. Estou calma. Só chorei ontem pela noite, tudo de uma vez só. Eu meio que consigo sentir a paz que ele encontrou olhando pro céu, que hoje estava branco, o dia inteiro foi branco, não cinza, branco mesmo. Eu sei que meu vô tá feliz, e isso me alegra. Seria egoísmo meu exigí-lo de volta. Que idéia! Tira-lo de um lugar bom pro qual ele foi pra devolvê-lo ao inferno. Ele sabia que ía embora, mesmo com medo e não querendo ir, sabia, e rezou. E me lembro que ele sempre recitava o versículo:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3.16

Ele acreditava nisso, tinha esperança nisso. Falava mesmo quando estava bêbado, desde que minha mãe era criancinha. E o pastor disse hoje, segundo minha mãe, que quem acredita nesse versículo encontrou o que procurava, ou seja, Deus. Que bom.

E o que eu digo pra voce, vô...

Que bom que eu te conheci, me sinto muito orgulhosa de ter feito parte da sua vida. Lembro de várias coisas, de quando eu era pequena e via você fazendo cigarro de palha, cuidando da horta, indo na padaria. Lembro de quando eu ía na padaria atrás de você e você me pagava uma sodinha. Lembro de quando minha mãe ía ao médico em maringá, e você me buscava na escola. Eu amava esses dias! Lembro daquela casa lá embaixo onde cresci, foram as épocas mais felizes da minha vida, onde um simples dia numa simples casa era fabuloso! Lembro da peteca caseira que você me fez e de como brinquei com ela. Lembro dos seus dias bêbados e o quanto eram engraçados. Lembro dos sorrisos, dos choros no efeito do alcool, das histórias, sempre as mesmas, que você repetia sempre. Das musiquinhas que cantava.E da gaita! Ah, a tal gaita que minha vó tanto detestava! E por mais que ela escondesse as suas, você ía sempre lá e comprava outra. Sempre que eu ouvia som de gaita lembrava de você. Eu nunca disse 'eu te amo' ou qualquer outra frase carinhosa, mas você sabia o quanto eu gosto de você, e não precisava falar. Lembro também de um fato que me entristece agora: Que você nunca chegou a ver o mar. Eu tinha prometido pra mim mesma que ía te mostrar o mar, mas não deu tempo. Mas parece que isso não o impedia de ser feliz ao seu modo, do seu jeito, mesmo que quisesse tantas outras coisas e sonhasse tanto. Lembro de quando você dizia: "Tá bom assim, tá bom essa casa, parece roça, né?". Lembro de você reclamando em

alemão, ligando a TV e indo lá pra fora, deixando ela ligada. Lembro dos coelhinhos de chocolate que você me dava na pascoa e de um carrinho de brinquedo, um fusca em miniatura que me deu no Natal. Sempre com essa barba enorme que não deixava ninguém cortar, com seus chapéus e seus semi-ternos. São tantas coisas que eu lembro e que vão me dar saudades sempre. Mas são tantas coisas que eu vivi que tenho que ficar feliz e não triste. Feliz de tê-las vivido. Eu choro e me dói enquanto escrevo isso, mas ó, ainda vamos nos ver por aí.

Obrigada.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Um pouco sobre o que você não quer saber.


--> E não irá saber.