quarta-feira, 25 de junho de 2014

Lua e Vênus

Uma história de amor platônico, feito apenas de olhares misteriosos que significam infinidades.
O olhar de Vênus atravessa as o corpo da Lua.
Vênus decidida. Lua perdida. As vezes invertem os sentidos. Subvertem informações. Lua principalmente, com sua vida de fases, gosta de se esconder na penumbra de quando em quando. Vênus, ao contrário, emerge assim que o o sol se esconde, reluzente no céu, ofuscando qualquer outra estrela que ouse cruzar seu caminho. Ao amanhecer é a última a desaparecer no horizonte (...)

Continua.

sábado, 21 de junho de 2014

Efemeridade.

Leiam isto: suas crianças não são mini adultos esperando ser alguém. Já são alguém. São criaturas com incrível capacidade criativa, potencial de desenvolvimento ímpar. Não sufoque o sonho delas. Não corte suas asas. Não, por favor, não formate seu pensamento. Deixe que elas façam escolhas, que se expressem nas artes. Deixe que as crianças te ensinem, pois elas, apesar da curta vida de experiências, sabem de segredos que nós, adultos, esquecemos ao crescer.
Elas transformam seu mundo a partir da imaginação. Ofereçam boas influências, bem como: alimentação mais orgânica possível, simplicidade, apreço pela natureza, amor pelos animais, respeito pelo outro, valorização pelo que é e não pelo que se tem, pois o que se tem é muito instável e uma hora ou outra vai desaparecer.
A vida é efêmera. Se formos parar pra prestar atenção no futuro, vamos apenas existir, apenas sobreviver. Jamais ensine alguém a se preocupar com o futuro, por mais insano que isso possa parecer agora, nesse período de modernidade líquida onde tudo é instantâneo e vazio. O momento presente dará a chave para a plenitude, uma sucessão de acontecimentos. O controle das situações é apenas uma ilusão e é por isso que nos encontramos tão frustrados as vezes. Só temos o agora.
Esqueça o remorso pelo que não deu certo e a ansiedade de tentar acertar, apenas se concentre no devir, a transformação constante. Lembre-se que você é uma criança grande e que ainda pode retomar a magia de dar vida ao inimaginável.

terça-feira, 17 de junho de 2014

- delírio consciente -

o infinito azul do céu
traz a lembrança por trás do véu

energia das pupilas que atravessam a alma
vem dançando no vento a sintonia da calma

palavras silenciosas ecoam no coração
provocam telepatias preenchidas de emoção

há flores invisíveis pelo espaço
colorindo o anseio de um abraço

são sinais escondidos no tempo
que vão dançando com o vento

tua presença se inventa ao meu lado
nesse sonho de um universo encantado

Por que a gente ri?

As vezes rimos porque achamos graça
Ou porque ficamos sem graça.
Rimos porque não entendemos.
E porque queremos fugir.
Rimos de nós mesmos.
Rimos e sorrimos.
Rimas.
Rimos junto com aqueles que nos cativam.
Com algum ou nenhum pretexto.
Sorrimos uns para os outros.
Até porque é preciso.
Rimos com sentimento.
Risos.

domingo, 15 de junho de 2014

Uma coisa leva a outra.

Vejo os outros passarem pela janela. Janela está que são os olhos. Olhos: portal enigmático que leva ao além. Além disso, sinto que há algo mais escondido sob os véu invisível da curiosidade. É curioso o fato de que usamos uma armadura para lidar com os outros no cotidiano. Os acontecimentos do dia-a-dia nos fazem ser o que não somos com o objetivo de agradar outros seres. Ser ou não ser, eis a velha questão que atravessa o tempo; cravado na ilusão do relógio ou estampado nas nuances coloridas do céu que vejo.

Solidão contemplativa .

sob o céu azul de nuvens místicas
a grama verde reluzia na luz solar
amarelo, laranja, lilás e vermelho
invisível, pude ver o tempo passar

feixes de luz estendidos na horizontal
misturando-se na minha alma confusa
acompanhada pela imensidão surreal
lá se esvai num amarelo-azul-laranjado

(o pôr-do-sol é mais bonito quando a única câmera fotográfica são os próprios olhos.)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Pratonismo amoroso.

É muita utopia sonhar em encontrar amor? Esse sonho de querer viver um romance. Mas um romance encantado, um romance impossível. Desses que vivemos somente em nossa secreta e fértil imaginação. Um platonismo impregnado de certa ingenuidade, que aflora em consonância com o entorpecimento.
Tento me desvencilhar desse tal pensamento viciante, busco auxílio na distração, clamando por dispersão. Porém até mesmo nesses momentos sinto aqueles olhos atravessando minha alma. E o universo conspira para que inesquecível lembrança dos momentos não vividos venham a tona. O estopim para despertar todo o delírio novamente é dado por sinais encontrados no chão, num pedaço de papel ou em uma música inesperada.
Amor com teor esvoaçante.
Acontecimentos etéreos em situações de seriedade. O impulso incontrolável em desfrutar cada segundo antes que termine o dia. E nem vejo o tempo passar, justamente porque o tempo deixa de existir. Quando pronuncia o meu nome é como se conjurasse um encantamento.
Repito continuamente pare-de-pensar-nessas-coisas-impossíveis. E adianta? Adianta nada. Quando tomo consciência já estou embriagada por tal presença onírica.

E se eu fosse direta, seria risível.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Preciso precisamente de precisão.

Me irrito profundamente quando não acerto os movimentos da dança. Quando vejo que fiz tudo errado e que até um boneco de posto faria melhor. Graça? Leveza? Elegância? Pulei essa fase, pelo visto.
Ah, eu fervo por dentro. Minha vontade é sair gritando, quebrar alguma coisa e dar um tapa na minha própria cara. Mas há alguns anos venho contendo essa explosão. Respiro, canalizo, simplifico. Por dentro estou lutando contra mim mesma, por fora estou neutralizando as energias. Energias essas que são potencialmente destrutivas. Ou construtivas. Whatever.
Como é difícil ser precisa. Quando me olho no espelho, vejo que fiz tudo errado e que estou toda torta. (Eu sei que tá uma bosta.) Não consigo pegar a sequência. Como se apinham essas informações! Todo mundo faz bonitinho, mas eu fico lá perdida entre os anéis de Saturno. Juro que presto atenção. O que há de errado comigo? Qual é o defeito que impede esse corpo de ser preciso? Alguma trava psicológica? Eu não sei. Gritei sem som.
Gritei sem som inúmeras vezes nessa minha vida. Continuo gritando. Ninguém me ajuda. Ou é por estar gritando sem som que ninguém me ajuda? Eu não sei. Eu realmente não sei.
Tem gente que vai tão leve. Eu continuo de fraque.
Me sinto divida em duas pessoas: uma que faz e outra que observa. E ainda há uma terceira: a que julga. E julga sem piedade.
A raiva contida as vezes me faz realizar os movimentos de forma mais fluente. Quando estou livre para me mover como quero, então flui. Flui até o momento que percebo estar sendo ridícula. Aí fica tudo mecânico.
MEU ZEUS!
Em casa sai tudo fluente, magnífico, preenchido! Diante os olhares alheios eu me perco, faço movimentos mecânicos com medo de errar. Com medo de ser feio. As vezes não. As vezes me liberto. Principalmente de olhos fechados.
Na adolescência eu me lembro de querer me encaixar em algum lugar. Me faltava aquele sentimento de pertencer. E hoje eu revivo essa vontade anexada à vontade de me encaixar em mim mesma.
Sou um desequilíbrio que se equilibra na corda bamba feita de éter.

Me falta a precisão. Onde encontro a precisão? Pra qual universo ela fugiu? Será que é loucura?
Ela se foi.
Para uma excursão em companhia de absolutamente ninguém.
Para as montanhas, aonde mais?