sábado, 20 de setembro de 2014

Quase um lar

Depois da meia noite já nem sinto mais vontade de dormir, com vontade de aproveitar o momento. Durante a madrugada eu sabia que choveria, mas não imaginava que fosse um temporal. Fortes rajadas de vento, no sentido oposto à minha janela. Talvez isso tenha sido o mais assustador, pois ao mesmo tempo que ouvia o barulho de água se movimentando como uma grande onda lá fora, não via nada pela janela a não ser o clarão dos raios. Fechei os olhos com a coberta, desejando estar na minha outra casa. Talvez eu não tenha aprendido a morar sozinha ainda. Talvez eu nem aprenda. Talvez faça parte não aprender e superar todos os dias, tapando os buracos e pensando que algumas horas passam num instante.


Texto escrito em 22/04/2014
Alguns pontos de vista mudaram desde então.

Talvez eu tenha aprendido. Talvez eu esteja aprendendo. Mas sempre da maneira mais bonita possível.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

sonho lúcido

me diluí em fumaça etérea
vagando pelo quarto
em direção ao universo
me misturei com as nebulosas
dancei contigo nos anéis de Saturno
nossos olhos se tornaram super novas
na vertigem de um sonho
surgiu uma nova constelação
dez mil explosões por segundo
no constante pulsar do coração
um prisma feito de instantes
amanheceu em um dia amante

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Uma-coisa-leva-a-outra

Um sonho: ir embora para uma floresta, longe do tempo. Onde eu possa observar a lua sem me preocupar em acordar cedo no dia seguinte, ou contemplar o nascer do Sol sem me sentir previamente cansada pelo dia que vem. Longe da fumaça tóxica que os monstros de ferro exalam. Longe das futilidades ostentadas pelas ruas, sem contato com as atitudes e palavras desnecessárias que costumo ouvir por aí, por ali...
Em pleno contato com a natureza, natureza que sou. Sentir o vento passando, transformar-me no próprio vento a ponto de ventar sem limites.
(É isso, acho que preciso ventar.)
Ventar por entre o topo das árvores frondosas, balançar a percepção das nuvens brancas e acinzentadas em contraste com o céu azul. Ventar sobre os rios que correm sem pressa. Ventar debaixo das asas de um pássaro que voa livre, cortando o espaço aparentemente vazio.
Ventar para depois chover calmamente durante a madrugada. Chover de mansinho nos sonhos de quem veio no coração, nessa presença etérea. Enquanto isso, ouvirás o coração do céu trovoando canções sentimentais, sob a luz de um clarão intenso.
(Clarão que não saberei se veio do céu ou dos olhos.)

sábado, 6 de setembro de 2014

coragem tem a ver com coração
(coração
coragem)
amor nos leva a tomar atitudes
amor nos leva ao inimaginável
amor nos deixa fora de órbita
amor nos presenteia com infinitude

criou uma lar na minha alma
ocupou mais espaço do que eu pensava ter
cresceu mais do que eu esperava ser
floresceu com encantadora calma

amor que pintou estrelas no céu
amor que de sonhos meu mundo encheu
amor que de forma sublime em mim nasceu
amor que que veio suave por trás do véu

transparência

desabrochar de essências
sinceridade espontânea
confusão momentânea
flui com certa iminência

oxigênio

esses teus olhos oceânicos
são mares nos quais me afogo
doce sensação de estar sem ar
respirando amor ao te encontrar

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Voando

Me sinto exatamente no lugar onde queria estar. Na companhia de quem queria estar. Em todos os momentos que me encontro com essas pessoas incríveis, me sinto em casa. É um tal de um efeito mágico que se apodera do meu ser, transformando tudo em extremo lirismo. O instante é puro, cristalino e rarefeito. Ondas de vento sopram entre nossas almas, interligadas com a sensação de estar em paz.

- É a emoção de estar em pleno vôo. -