sábado, 27 de dezembro de 2014

Vida

Perspicaz.
Sagaz.
Audaciosa.
Graciosa.
Radiante.
Estonteante.

Lá vai ela, com a bagagem amarrada ao pensamento, leva apenas uma pequena garrafa de água na mão esquerda. O coração, petulante, insiste em quase querer sair pela boca, num súbito ataque de loucura histérica. Ao som da melodia entoada pelos pássaros e dos ruídos provocados pelo atrito entre motores e asfalto, o vento começa a soprar destoante: as árvores começam a dançar com seus longos braços, fazendo vibrar o troco, reverberando nas raízes. A terra treme, mas é um tremor sutil, quase imperceptível para sentidos empoeirados.
Os olhos, atentos ao menor movimento, refletem a luz do entardecer. Aos poucos, as pupilas dilatam-se e passam a embriagar-se com a magnitude da influência lunar.
As estrelas vão desaparecendo conforme as cortinas se fecham. Num ritmo lento e amável, o céu cede lugar para o sonho profundo.



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