sábado, 27 de dezembro de 2014

Açúcar

Chegando na padaria, Nina começou a encarar os doces um por um.

- O que deseja, senhorita?
Perguntou a moça atrás do balcão.

( Desejo o inalcançável, sempre. É quase como um hobby, uma mania, um toc. Quero sempre voar, acabar com esse show de crueldades que é o mundo. Desejo que talvez nunca se torne realidade. Ainda assim, espero ansiosamente em meu sono profundo, que as pessoas consigam perceber a existência de um céu além dos prédios. Aguardo paciente e silenciosamente o pedido de socorro que enviei ao universo naquela tarde quente de novembro, enquanto ouvia o som das árvores sendo cortadas. Gostaria de pedir pra adoçar o coração da pessoa que destruiu minha bicicleta pela segunda vez. E assim me acalmo desesperadamente, tentando criar uma espécie de blindagem contra palavras e atitudes proferidas sem nenhuma gota de piedade e bom senso. )

- Um sonho.

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