segunda-feira, 21 de julho de 2014

Explodindo para dentro.

De um tempo pra cá... De um grande espaço de tempo pra cá, minhas explosões são todas para dentro. A cada estrondo, um buraco na alma, um feixe de luz pelos olhos. É claro que, com tanto estrago interior, a dor aumenta significativamente.
Cada palavra não dita se instala permanentemente na garganta, criando aquele nó que trava sorrateiramente minha respiração. E então o que fazer? Quando percebo já estou sozinha de novo. Tão só que nem mesmo as batidas do coração são capazes de me animar.
E aquele julgamento, aquela questão rodopiando na cabeça: "E se eu tivesse olhado?" "E se eu tivesse dito" "E se eu demonstrasse claramente?"
Um ferimento sem sutura imediata, sentimento profundo de inexistência. Chove aqui dentro de mim. Há uma goteira nos meus olhos.
Aprendi a sufocar minhas explosões devido ao estrago que já causaram aos outros e resolvi que o único alvo seria eu mesma. Estou presa e não vejo as grades. Há quem diga que na verdade não é assim. Porém, me encontro agora na companhia de absolutamente ninguém. Não há a gata miando e pulando no meu colo. Não há a mãe reclamando da vida. Ninguém vai aparecer para me oferecer um abraço e deixar que eu evapore pouco a pouco. É isso, estou evaporando. Cada partícula se esvai. Vai para o além, atravessam o coração de outro alguém, que ninguém sabe quem, mas eu sei bem.
Devo ainda acrescentar que embora minhas lamentações sejam a respeito do todo, tudo, cedo ou tarde, acaba me levando a você, involuntariamente, de maneira engenhosa e silenciosa, causando aquela saudade do tamanho de todas as galáxias que existiram, existem e pretendem existir. Como é possível sentir saudade após um segundo?

(Nos meus delírios mais presentes e plenos, nunca solto a sua mão.)

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