quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

alma de chuva


hoje eu acordei e percebi que eu não cabia mais dentro de mim
vi que a chuva caía lá fora, da mesma forma que cai aqui
caem meus olhos
cai meu coração
num instante sou água que reflete o céu em poças invisíveis
logo mais sou a própria nuvem refletida, densa, sempre caindo
ancorada numa flor
sem perspectiva de tempo
sei que meu destino é cair, atravessando os frágeis fios da vida
e por hora, arranhei a alma no arame farpado que costurei.
 
 

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