quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Uma-coisa-leva-a-outra

Um sonho: ir embora para uma floresta, longe do tempo. Onde eu possa observar a lua sem me preocupar em acordar cedo no dia seguinte, ou contemplar o nascer do Sol sem me sentir previamente cansada pelo dia que vem. Longe da fumaça tóxica que os monstros de ferro exalam. Longe das futilidades ostentadas pelas ruas, sem contato com as atitudes e palavras desnecessárias que costumo ouvir por aí, por ali...
Em pleno contato com a natureza, natureza que sou. Sentir o vento passando, transformar-me no próprio vento a ponto de ventar sem limites.
(É isso, acho que preciso ventar.)
Ventar por entre o topo das árvores frondosas, balançar a percepção das nuvens brancas e acinzentadas em contraste com o céu azul. Ventar sobre os rios que correm sem pressa. Ventar debaixo das asas de um pássaro que voa livre, cortando o espaço aparentemente vazio.
Ventar para depois chover calmamente durante a madrugada. Chover de mansinho nos sonhos de quem veio no coração, nessa presença etérea. Enquanto isso, ouvirás o coração do céu trovoando canções sentimentais, sob a luz de um clarão intenso.
(Clarão que não saberei se veio do céu ou dos olhos.)

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