O problema não é a segunda-feira. São as pessoas. Sou eu.
Quando eu digo que o problema são as pessoas, eu me incluo totalmente nessas pessoas. Tenho plena consciência de que, pelo menos 50% dos problemas, eu mesma ando cultivando, criando, dando vazão, permitindo que floresçam e que criem raízes profundas. Eu sei, não preciso de ninguém pra me dizer isso.
Parece fácil dizer pra alguém vibrar energia positiva, né? Sei que parece. Faço isso muitas vezes, pois sempre que me lembram disso eu agradeço silenciosamente enviando energia de luz.
Com toda certeza que me cabe nesse momento, percebo que também acabo magoando outras pessoas, mesmo sem ter intenção. Tento evitar, mas qualquer coisa é motivo pra um mal entendido. E as vezes esse mal entendido é unilateral, e você acaba punindo a outra pessoa simplesmente pra acalmar seu próprio ego.
Sabe quando as lágrimas ficam entaladas? Quando o nó da garganta já começa a ser usado como acessório e fica ali, pendurado, como se estivesse em casa?
Daí você guarda essas lágrimas, elas vem de novo, você guarda novamente, e de novo, e outra vez, e de novo... até que se tornem sólidas! Então elas acabam não tendo mais como sair. Se tornam um bloco capaz de paralisar até mesmo as batidas do coração.
Desde a tenra idade a gente é ensinada que não pode demonstrar fraqueza, e isso inclui o fato de não se sentir a vontade pra chorar em público. Porque é ali, no meio da movimentação cotidiana, no meio de uma aula, é exatamente aí que surge a maior vontade de chorar, soluçar e deitar em posição fetal.
Ser hipersensível é uma dor brutal, ora pois, por mais que as pessoas te aceitem, elas não conseguem compreender e empatizar. Geralmente você é vista como uma pessoa fraca, que não pode ouvir uma crítica, que não pode perceber a testa alheia franzindo ou que não suporta ouvir a entonação mudando sutilmente. E muitas vezes você é vista como uma pessoa paranoica e inadequada para a sociedade, essa sociedade tão assertiva, tão comunicativa, tão extrovertida e inabalável. Mentira, pura mentira. Todo mundo sente vontade de sumir, é óbvio. Mas todo mundo finge que tá tudo bem, que tá com a razão, que tem uma vida firme e suave pra trilhar. Mentira.
A gente, mais do que nunca, anda chorando pra dentro. E quando eu digo que a gente ANDA chorando pra dentro é porque a gente chora enquanto anda, enquanto pedala, enquanto, dança, enquanto pula corda, enquanto escreve o trabalho, enquanto faz a prova, enquanto toma café, enquanto conversa descontraidamente com os colegas na cantina. E a gente disfarça bem, porque a gente aprendeu a achar a vulnerabilidade uma coisa feia. Estamos decididamente crentes de que o amor, em todas as suas possibilidades, é algo que não merece atenção.
Ai... eu só espero, sinceramente, que possamos nos tratar de semelhante para semelhante, porque iguais não somos e nem nunca seremos. Tratar os outros com um semblante pacífico, sem traçar monólogos mentais a cada palavra dita. Escutar. Mas escutar de verdade! Escutar sem ir tecendo uma resposta, escutar sem julgar, e principalmente, escutar com o sentir.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
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