Aos 13 anos Nina deixou de falar. Preferiu mergulhar no seu silêncio
melódico. Sabia que muitas vezes as palavras eram ditas feito canivetes
caindo do céu, rasgando o peito de quem ouve sem filtrar. Quis
desaparecer tal qual a noite no início do dia, porém decidiu ficar.
Observou que as pessoas falam falam falam falam, respiram, falam e
falam de novo. E no final não disseram nada. No final ficou tudo vazio.
Percebeu então que a verdadeira essência estava nas entrelinhas, no não-dito, no inefável. Aquilo que deixou de estar, para ser.
- Ela sorriu com os olhos.
Sentou-se na janela e apenas por um momento vislumbrou seus sonhos nas
estrelas radiantes. O momento seguinte foi preenchido por pura reflexão
de outros fatos sentidos em dias anteriores. Sua memória era um filme
feito com direito a trilha sonora.
(https://www.youtube.com/watch?v=kS9SUmAyKWM&list=RDzGDrN7j6esY&index=20)
sábado, 14 de fevereiro de 2015
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